Denúncias DOPS dos Estados Forças Armadas Fundo PCB Luta Operária Repressão Trabalhismo

50 ANOS DEPOIS, CONTINUA O MISTÉRIO SOBRE AS PRISÕES, DEMISSÕES E DESAPARECIMENTOS DE MINEIROS EM SANTA CATARINA E RIO GRANDE DO SUL

http://pt.scribd.com/doc/137545561/Repressao-Em-SC-Mineiros-Criciuma

http://pt.scribd.com/doc/137541684/Pcb-Em-Criciuma

 

Pouco se sabe sobre os crimes cometidos contra os mineiros do carvão de Butiá, São Jeronymo e Arroio dos Ratos e criciúma. Que fim levou o húngaro José Varga ? E os 210 mineiros presos, processados e julgados pelo Supremo Tribunal Militar, e as consequências advindas do processo, demissões e perseguições ?

Nesses 30 amos o Que se apurou sobre às perseguições aos operários “desertores” egressos da cadeia pública de Porto Alegre?

Na história do trabalhismo sindical dos mineiros de Criciúma, o período compreendido entre dezembro de 1957 a 31 de março de 1964 representa a fase de militância em defesa dos mineiros, ocasião em que as péssimas condições de trabalho são frequentemente denunciadas.

O sindicato passa a ser visto como o veículo que acolhia as denúncias e, juntamente com os trabalhadores, lutava por melhores condições de trabalho nas minas. Dessa forma, o sindicato assume a luta pela isponibilização de equipamentos individuais e coletivos de proteção e segurança, buscando amenizar os graves problemas de saúde que os mineiros estavam fadados a sofrer como: bronquites, reumatismos crônicos, pneumoconiose – doença pulmonar que atinge os mineiros de carvão por causa da inalação do pó de carvão por períodos prolongados. Soma-se a todos os problemas de saúde, o perigo iminente de desmoronamentos nas minas – uma ameaça constante na vida dos mineiros.

Além das batalhas por melhores condições de trabalho, havia a luta contra as perdas salariais da categoria e pela organização do movimento sindical.

 Em Criciúma, a semana que antecede o golpe de 1° de abril de 1964 é composta por reuniões Entretanto, com a notícia da deposição do presidente João Goulart pelos militares, às quatro horas da madrugada do dia 1° de abril de 1964, os dirigentes do Sindicato dos Mineiros de Criciúma percorrem as minas, anunciando a deflagração de uma greve geral. A Rádio Difusora de Criciúma, ocupada por petebistas e comunistas, incitava a paralisação geral do trabalho nas minas. A Rádio Difusora conclamava ao povo de Criciúma ao repúdio e resistência ao golpe 328. A repressão e a violência eram iminentes. Tropas militares do 23º Regimento de Infantaria, sob o comando do coronel Newton Machado Vieira, deslocadas de Blumenau para Criciúma, estavam muito próximas de adentrar a cidade.

 A sede do Sindicato dos Mineiros é invadida, e seus membros passam a ser “caçados” e muitos foram presos imediatamente após a deflagração do Golpe, ocorre a intervenção no Sindicato dos Mineiros de Criciúma e a prisão de muitos de seus líderes. O Sindicato dos Mineiros de Criciúma um dos primeiros a sofrer essa intervenção, que dura dois anos e meio e faz com que suas ações nesse período se tornassem inexpressivas voltadas, sobretudo, ao assistencialismo.

(com acervo do pesquisador Alberto Santos) 

 

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2 comentários

  1. Clarice Speranza diz:

    Caro Aluizio, o caso das prisões de mineiros do RS nos anos 1940 foi estudado em minha tese de doutorado em História defendida em 2012 na UFRGS, na qual utilizei como documentação processos trabalhistas, jornais da grande imprensa e sindicais, documentos da empresa, etc. Caso tenhas interesse, o texto está disponível no link http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54071/000837468.pdf. A tese recebeu prêmio como melhor tese pela seção RS da Associção Nacional de História em 2013 e foi lançada em livro pela editora Oikos: http://www.anpuh-rs.org.br/informativo/view?ID_INFORMATIVO=4862

  2. Aluízio,

    Pouco a pouco, numa velocidade de cágado que certamente não encontrará mais nenhum
    vivo dentro de mais alguns anos, a situação do campo vem sendo revelada, o que infeliz –
    mente foi postergado pela CNV. As agruras dos camponeses e trabalhadores rurais foi vi –
    venciada logo nos primeiros dias após o golpe, como revelam não só esses documentos //
    mas também relatos do que ocorreu em Pernambuco, sul da Bahia, Goiás etc. Esses – os
    camponeses – assim como os indígenas, permanecem invisíveis aos olhos do Estado, e,
    diga-se, sem nenhuma reparação, salvo exceções que confirmam a regra. Muitos, cente –
    nas, talvez milhares, perderam tudo, da vida à própria condição de subsistência. É vergo –
    nhoso que o Estado brasileiro continue a fechar os olhos para essa página extremamente
    cruel da nossa história, privilegiando setores de classe média que tiveram muito mais con-
    dições de recuperar sua vida, trajetória, caminho do que aqueles que tinham muito pouco,
    pouquíssimo e que em muitos e muitos casos ficaram sem nada – até hoje !

    Abraços,

    Chalréo

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